sábado, 24 de janeiro de 2009

Nume


Dei a luz a um nume
Virginal, uma crença.
Construí o seu altar
De uma beleza imensa.

Diante de ti
Por longos anos me prostei
Muitas velas ascendi,
E em seu nome rezei.

Sentindo frágil acreditando
Aquilo ser tudo o que me protegia,
Livrava-me de todo mal
E a da minha endemia.

Mas um dia o meu nume
Por descuido veio ao chão,
Então me senti forte
Com seus cacos em minhas mãos.

Percebi que era tão
Ou mais frágil quanto a mim,
Do mesmo modo que o dei a luz
Matei-o, dei lhe o fim.

O que era aquela coisa
Que eu pensava ser divina?
Não era nada!
Era apenas mais uma praga
Que no homem oco germina.

Senti me liberta no instante
Em que minha crença faleceu,
O meu cérebro transformou-se em altar
E o meu nume agora sou eu!!

By – Juliana Bizarria

Um comentário:

Nina H disse...

Ju,
Vc nem me surpreende mais, pois que já te sei como poeta. O que me surpreende são suas poesias, me deixam envolvidas de beleza.