sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Quero que tudo se vá.


O que vejo entrar pela porta

Atravessa os cômodos e sai gritando pela janela

Quero que tudo passe igual a isso que vejo entrar

Quero me esconder no emaranhado dos lençóis

Para esquecer.

Quero que tudo se vá,

Tudo caminhe pra bem longe

Inclusive eu...

By – Juliana Bizarria

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Enquanto o ódio me consome,
Eu apenas assisto o meu corpo trepido
Cambalear nessa corda bamba.

sábado, 30 de outubro de 2010

Mais um devaneio qualquer...


Todos somos miseráveis

Incompreensíveis e incomparáveis,

Cada um ao seu modo

Igual, desigual

Lúcido e anormal,

Ninguém é aquilo que se vê

Somente o invisível é real,

Somos limitados de dentro para fora

Mas de fora para dentro

Nossa liberdade é total,

A vida é utópia

É tristeza, alegria,

É banal...

Meus rabiscos sem limites

Engolem tudo

O que me abre o apetite,

Só não conseguem digerir

Quem não desperta minha fome,

Se existem almas por aí

Algumas a gente não come!


By – Juliana Bizarria

domingo, 26 de setembro de 2010

Nada é impróprio

Sou marcada sem postura

Com um tênue traço

Ascende em mim fulguras

Ilustrando as figuras

Então me abraço


Amoleço

Estremeço

Suspiro

Adormeço


Sobrevôo entre passos

Transpiro em abraços

Vejo tudo e nada vejo

Desmancho-me, desfaço

Com um beijo

Corto o laço


Vaga nua

Pela rua

A sombra de minha sombra

Destilando o doce veneno

E mais nada assombra


És irreal, és sutil

Acariciando velas

Pintadas com as cores mais belas

Um quadro ordinário, obra vil.


Arranca minha pele

Adentra em mim

Faz ecoar meus gritos bravios

Fecham as cortinas de cetim


Apago as luzes

Aplausos

É o fim!


Neste imundo mundo

De sonhos vagabundos


Nada é impróprio

Nada é impuro

Quando o novo é concebido

Pelo destemido

Tudo, tudo é permitido


By – Juliana Bizarria

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um devaneio qualquer.


Vai-se de mim...

Extirpada como um câncer

Saindo a exalar

Não digo boa noite,

Mas preciso descansar.

Feito fumaça

A minha visão embaça,

Os vapores do inferno

Estão a me contaminar.

Por qualquer razão,

Ou sem razão nenhuma

Deixo me levar,

Bebendo sua água

Uma fonte que nunca acaba

Jamais permitirei secar.

É mágico o instante

Mais intenso e constante

Onde posso ver os sons,

Tocar odores,

E ouvir as cores

Mas nunca não é o bastante,

Sempre está a me dominar

E na textura de uma folha de papel

Faço minha voz rouca, ébria,

Ressoar...


By – Juliana Bizarria

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Alucinada


Eu estou indo para aquela montanha

Aonde o frio nunca bate

E o sol não é muito quente.

Estou subindo devagar

Porque os meus pés estão dormentes.

Lá sentirei a brisa da manhã ao acordar

E o sereno cair ao anoitecer,

Terei preguiça de me levantar

Quero ali ficar

E sozinha falecer.

O meu cadáver os pássaros

Não irão comer,

E como sentinelas ao meu lado

Irão permanecer,

Guiando minha carne como se eu estivesse

Acabado de nascer.

Viverei igual ao vento

Tímida, sem mostrar a minha cor,

E os pássaros comigo

Irão aonde eu for.

Mas um dia descerei de lá

Sem na terra precisar pisar,

E de tanto repousar com os pássaros,

Quem sabe eu, não aprenda a voar!

By- Juliana Bizarria


Poema mega master idoso, escrito a long time ago!