domingo, 26 de setembro de 2010

Nada é impróprio

Sou marcada sem postura

Com um tênue traço

Ascende em mim fulguras

Ilustrando as figuras

Então me abraço


Amoleço

Estremeço

Suspiro

Adormeço


Sobrevôo entre passos

Transpiro em abraços

Vejo tudo e nada vejo

Desmancho-me, desfaço

Com um beijo

Corto o laço


Vaga nua

Pela rua

A sombra de minha sombra

Destilando o doce veneno

E mais nada assombra


És irreal, és sutil

Acariciando velas

Pintadas com as cores mais belas

Um quadro ordinário, obra vil.


Arranca minha pele

Adentra em mim

Faz ecoar meus gritos bravios

Fecham as cortinas de cetim


Apago as luzes

Aplausos

É o fim!


Neste imundo mundo

De sonhos vagabundos


Nada é impróprio

Nada é impuro

Quando o novo é concebido

Pelo destemido

Tudo, tudo é permitido


By – Juliana Bizarria