sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Desaferrar


Foda-se o dólar
E a sua cotação,
Foda-se a coca-cola
E a sua propagação,
Foda-se a inclusão digital
E a sua extensão,
Foda-se o ibope de um canal
E a sua programação.

Foda-se a vaidade
E seus escravos fúteis,
Fodam-se as marcas e a moda
E seus seguidores inúteis.
Foda-se a morte
E a sua ambição,
Foda-se a humanidade
Que diz viver em uma nação.

Fodam-se as crenças
E seus milagres apoteóticos,
Fodam-se as doenças
E seus infectados caóticos,
Fodam-se as pesquisas
E seus estudiosos psicóticos.

Fodam-se o cinismo a falsidade
E os seus seguidores
Fodam-se os homens sem opinião,
Que das vontades alheias são pescadores.
Fodam-se da hora em que nascem
Até a hora em que vão morrer,
Porque me cansei de fazer rimar
E quero que tudo vá se fuder!!!!

By – Juliana Bizarria
Poeminha Juraaaaassico que até virou musica a long time ago!!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Aos meus poetas mortos














Eu e outras poesias
Respiramos o cheiro das flores do mal,
Rabiscando num livro de magoas,
A dor que em palavras se apaga,
Ao ler a obra imortal.

Do Boêmio,
Do dono da sombra magra,
E da mulher suicida.
Artistas duma escrita que vaga,
Nos caminhos da minha vida.

Seus versos embriagantes
Para meus olhos vem cantar,
Feito um tambor em minha mente
A ressoar, ressoar....

Assim como eles,
Também quero imortalizar
Tudo aquilo o que escrevi,
O que vi,
Não vi,
viví,
E morri.

Agradecendo – lhes ao que deixaram
Despeço-me ascendendo uma vela,
Aos meus poetas mortos
Baudelaire, dos Anjos e Florbela!!

By – Juliana Bizarria


O Livro As Flores Mal do poeta francês Charles Baudelaire (1821 – 1867) foi editado em 1857, mas somente em 1992 foi pela primeira vez integralmente publicado.

O Livro Eu e outras poesias do poeta brasileiro Augusto dos Anjos (1884 – 1914) foi publicado no ano de 1912.

O Livro de Magoas da poetiza portuguesa Florbela Espanca (1894 – 1930) foi publicado em 1919.
ps: Florbela suicidou-se no dia do próprio aniversário.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Nume


Dei a luz a um nume
Virginal, uma crença.
Construí o seu altar
De uma beleza imensa.

Diante de ti
Por longos anos me prostei
Muitas velas ascendi,
E em seu nome rezei.

Sentindo frágil acreditando
Aquilo ser tudo o que me protegia,
Livrava-me de todo mal
E a da minha endemia.

Mas um dia o meu nume
Por descuido veio ao chão,
Então me senti forte
Com seus cacos em minhas mãos.

Percebi que era tão
Ou mais frágil quanto a mim,
Do mesmo modo que o dei a luz
Matei-o, dei lhe o fim.

O que era aquela coisa
Que eu pensava ser divina?
Não era nada!
Era apenas mais uma praga
Que no homem oco germina.

Senti me liberta no instante
Em que minha crença faleceu,
O meu cérebro transformou-se em altar
E o meu nume agora sou eu!!

By – Juliana Bizarria

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Overdose


Na imagem não da pra ler, então aí vai.....



Os poemas lânguidos
À noite me consomem,
Se os ignoro
No dia seguinte somem.
Minhas palavras
Ferem a vida,
Minhas rimas
São feridas.
Que em meu cérebro andam,
E no papel sangram.
Estupidez é o que prevalece,
E minha podre imaginação
Me enlouquece.
Consumindo minhas veias de inspiração
Feito heroína,
Então respiro o pó dos versos
Como se fosse cocaína.
Estou sedada
Pela minha mente a rimar,
Estou tomada
E de escrever não consigo parar.
Desobedeço a regras trilhando reto
Por caminhos sinuosos,
Mas sempre a honrar
Meus poemas voluptuosos!!!!

By - Juliana Bizarria


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ah! Pedro que sacanagem



O que almejo
É o meu desejo,
Destrói minha alma e eu não vejo
E a dor da perda me da um beijo.
A saudade de um Pedro
Que não guardava segredo,
E de ficar sozinho
Parece que teve medo.
Então o seu mais puro sonho
Em uma noite se realiza,
A sua angustia enrustida era tanta
Que partiu atrás de Eliza.
Mas porque foi embora?
Pois contigo sempre sorri,
E o que faço agora,
Que me deixou aqui?
Aqui, nessa maldita terra,
E quando a morte passa por mim
Parece que sempre me erra.
Quero ir com você
E estar sempre ao seu lado,
Mas sei que não é possível
Pois Pedro descansa calado.
Mas Pedro... Por quê?
Por que chegou sua hora?
O que faço com a vida
Se a morte me ignora?
E o que fez comigo
Foi uma puta sacanagem,
Pois agora fico a lembrar
Somente da sua imagem.
Soluço sentindo o vento
Soprar em minha janela,
E minhas lágrimas a escorrerem
Feito ceras de uma vela.
Estou sofrendo e quero que venha me buscar,
Luto contra essa facada
Que veio o meu peito rasgar,
Mas ela é mais forte que eu
E não consigo controlar.
Então suplico a Pedro, por favor,
Não me deixe mais chorar!!!!

By - Juliana Bizarria

Vôôôôô..... vóis mecê me faz uma falta do caraaaaaaiiiiiiioooooo!!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

?????

Seriamos - nós... Um único ser,
Portadores da mesma doença,
Sorrisos de uma única face,
Devotos da mesma crença.
Geradores de tudo o que nasce?

Seriamos - nós... Um vislumbre dos mesmos olhos,
Aquele que almeja a imortalidade
Que nunca enxergou,
Buscando fazer parte de uma só vida
De um único coração que pulsou?

Seriamos - nós... O alvo
Da mesma sutil vingança,
Tentando destruir o triste passado
Apunhalando qualquer lembrança?

Seriamos - nós... Vermes seqüelados,
Monstros disfarçados,
Vivendo na lamentação,
Cuspindo na própria cara
Frente a espelhos desse mundo pagão?

Seriamos - nós... Iludidos ou ilusão é viver?
Infelizmente ou felizmente,
Tudo se acaba
E será que em nada podemos crer?

Seriamos - nós... Um só corpo,
Manipulado feito fantoche,
Arrancando risos dos sábios
Que nos olham com deboche?

Seriamos - nós... Um corvo carniceiro,
Debruçados sobre aquilo
Que mata a sua fome,
Extigando sua ansia
E a ganância com que se come?

Seriamos - nós... Caçadores do tempo,
Perdidos procurando o que nunca fomos,
Mas será que existe tempo?
Ou o tempo é o que somos?

By – Juliana Bizarria

domingo, 18 de janeiro de 2009

Poetas são escultores


Poetas são escultores lúdicos
E de sentimentos.
Esculpindo em palavras
Todo tipo de pensar,
Em versos Lapidam suas obras,
Das românticas
Ás lúgubre,
Do certo
Ao incerto.
Tateiam com primor
A face da poesia,
Criando olhos
Bocas, ouvidos
Um corpo inteiro,
Modelando a imaginação.
O poeta da vida a tudo aquilo
Que pode e não pode ser visto,
Caminha reto por estradas sinuosas,
Fala da noite como se fosse dia
Faz da poesia
A voz que ecoa em silencio
Nos ouvidos dos olhos e do coração.
Esculpida pelas mãos calejadas da artista,
Que é a inspiração!!

By - Juliana Bizarria

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Meros rabiscos


Meus olhos dormem abertos
Para ver tudo ao meu lado,
Com pesadelos eu desperto
Os meus versos apagados.
Sou amante da noite
E de sua inspiração,
Entrego-me de corpo inteiro
Beijando a escuridão.
O silêncio me acorda
Para assim me libertar,
Então no meio do nada
Eu começo a rimar.
Meros rabiscos
Começam a gritar,
O papel que era mudo
Agora pode falar.
Toda raiva e ironia,
É o que me seduz
Pois a mais uma poesia
Acabei de dar a luz.
Mas ainda sinto estar grávida
E o meu cérebro é o ventre,
Uma máquina geradora,
Que dali brotam sementes
Em paginas acolhedoras.
As idéias me sufocam
Por isso preciso estar acordada,
É como se algo me tomasse
E eu estivesse guiada,
Deslizando a caneta
Com a minha mão gelada.
Tenho sono, mas não posso dormir,
E os olhos que nunca se fecham
Agora não querem abrir,
Minhas veias entram em colapso
Deixando-me prestes a explodir.
Então alucinada,
Não posso me conter,
Por que o filho que esperava
Acaba de nascer!!!!

BY – Juliana Bizarria

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Os pecados de Pedro



Pedro pecou debaixo do sol
E como a manhã
Um dia ele brilhou,
Perto dos outros ele nunca chorou
Porque as suas lagrimas
Sua alma segurou,
Então comprava armas
E cheirava cocaína,
Estava tão perdido que não havia mais
Cartilagem em suas narinas.
Comprou uma moto
E com ela se aventurou,
Ganhava dinheiro no trafico
Mas tudo ele cheirou,
Cheirou seu pai, sua mãe e seus irmãos,
Era tão indisciplinado e folgado
Que não tinha calo em suas mãos,
Gostava que tudo ao seu modo
Estivesse certo,
Porém queria ter
A felicidade sempre por perto.
Dizia-se fã do Che Guevara e do nirvana
E em seu violão
Só tocava legião urbana,
Gostava de batata frita com cat-chup
E sorvete de morango com calda de chocolate,
Mas quem lhe faltasse com o respeito,
Aos seus súditos ele só dizia:
Mate!
De manhã assistia desenho animado,
E no resto do dia
Até quando dormia
Pedro dormia armado.
Falavam que ele
Tinha feito pacto com o diabo,
Mas era mentira
Fazia oração para o anjo da guarda
Estar sempre ao seu lado.
Teve duas overdoses
E virou devoto da nossa senhora aparecida,
Mesmo assim continuava se drogando
E com medo de perder a vida.
Mas o tempo passou
E ele começou a piorar
Pensava que todo mundo
O perseguia para matar,
Mas essas crises não foram suficientes
Para com Pedro derrubar,
Então um dia misteriosamente em seu quarto
Foi encontrado morto,
Abraçado ao seu ursinho de pelúcia
Que se chamava aborto.
Porem agora não se assuste,
Após ler as últimas linhas
Que pela Juliana foram psicografadas,
Pois quero que essa existência ilustre
Para sempre seja lembrada,
Porque eu sou Pedro
E para contar minha historia
Tomei a mão dela emprestada!!!!

BY-Juliana Bizarria

Naum.... eu naum sou o Chico Xavier hUAhuahuHauhua =))

Pedro = beat????