Como um verso sem rima
E uma canção sem tom!
O meu corpo seria nada, Eu nada seria, Se minha carne fosse só carne E não fosse poesia.
Ele abriu a janela
E se jogou do 11º andar,
Pensava que não ia morrer
E sim que ia voar.
Abriu os olhos
E a sua queda foi observando,
Enquanto ia caindo
Do seu passado ia lembrando.
Começou a ficar assustado
E então morreu chorando.
Ele tinha uma alma boa
E um coração puro,
Que chegou ao fim
Ao encontrar-se com o chão duro,
Que de braços abertos o recebeu
Com sua dor ignorando
Mas quando o abraçou,
Ele já estava sangrando.
Suas mãos estavam geladas
E seus olhos entreabertos,
Lagrimas doces derramando,
Ele estava enganado
Pois pensou que morreu voando!
By - Juliana Bizarria
Rabiscado em 1999...
Tingido pelo sol és meu corpo pagão
Contrastando em meu peito a mais pura rebeldia,
Rasgo o vazio com versos vão
Colorindo a folha branca vazia.
Querendo retornar ao ventre
Está a minha alma imunda,
Estranha sensação demente
Que entre mim fecunda.
Doce mente doente insana
Que sussurra medo em meu ouvido,
O Murmúrio áspero que de minha boca emana
Escorrega entre meus dedos deixando o papel florido.
Não sou fera, nem selvagem
Sou apenas mais uma menina,
Só mais uma que em viagem
Vaga pelos espirais letrados de resina.
Que derretem ao calor das chamas
Relembrando momentos épicos,
Tão oblíquo quanto olhares de quem amas
Tão sereno tão poético.
Durante a noite silenciosa eu insisto
Com verbos meu desejo é realizado,
Em linhas faço o que quero, repudio cristo
E desafio até o diabo.
By – Juliana Bizarria
O apego não quer ir embora
Preciso fazê-lo partir,
Sinto-me sem nada agora
Sofri e chorei até sorrir.
Olhares sinceros e gratos
Carinho honesto a esvair,
Queria poder retornar
E todo esse amor sentir.
Tudo passou tão rápido
Muito plantei, mas pouco colhi,
Deixo a ela que os regue
Até que possam florir.
Metade de mim ficou lá,
Aquilo tudo me deu,
Construí da vida outra imagem
Foi lá que encontrei outro eu.
By Juliana Bizarria
Voar, voar, voar...
Transportar-me num momento desacertado
Sem horas, sem contas, sem asas.
Voar ao som do silencio
Transpor-me a dores
Saudades e cores
Levar bofetadas.
Afecção cerebral
Deixando-me por inteira
Contaminada.
É delírio violento
Voando sem ajuda do vento
Mergulhando em águas rasas.
Viver o eterno frenesi
Em meio a enormes espirais de fumaça
Cegando-me, ele passa.
Arrebatando sentimentos
Beijo ardente feito brasa
Soprando-me a voar
Voar sempre sem asas.
By – Juliana Bizarria