terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ultimo Cigarro


Goles largos ele vem a tomar
Preparando as passagens rumo sua ultima morada,
Cheiro de álcool está a exalar
Imaginado a recepção da sua chegada.

Gritos blasfemos, gritos ardentes,
Suspiros ásperos e profundos,
Gemidos inconscientes e estridentes,
Um canto que o despede do mundo.

Da mais um laço
Feito um abraço,
Limpando a garganta com seu escarro

Para o pescoço se envolver,
Mas antes do corpo adormecer
Ascende o ultimo cigarro.

By – Juliana Bizarria


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Notívaga

Doce aberração
Que me afronta a luz do luar,
Ludibriando-me os sentidos,
Arrebentando cadeados dos meus cofres mais seguros
Sou inerte diante de ti.

Fico estática,
Escutando tudo o que tem a me dizer,
Na calada da noite
Brinca comigo de todas as maneiras,
Faz de mim um boneco,
Turva meus pensamentos.

Distancia-me de qualquer realidade,
Faz- me ver estradas retas com curvas sinuosas,
Faz- me ver tudo aquilo que jamais imaginei enxergar
E de ilusões me seduz,
Obriga-me a vomitá-las sobre papeis rabiscados.

Contamina todos os meus neurônios,
Corrompe minhas células,
Estupra minha mente
Invadindo todas as partes do meu ser
Saciando minha fome,
Até que eu a jogue fora.

E depois de tudo
Por longos dias me esquece
Abandona-me fatigada
Suspirando o deleite de sua presença
Mas mesmo assim...

Avidamente eu te espero!

By – Juliana Bizarria

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Piedade

Aqui dissipa-se um mundo irreal,
Imaginário, ilusório
Vindo feito vendaval
Vagabundo, contraditório.
Arrastando erros e acertos
Confundindo aqueles,
Que negam a própria confusão
Vindo a confundir todos,
Até os donos da razão.
Aqui dissipa-se um mundo platônico
Que piedosamente se cala,
Diante risos atônitos
Que faces de tolos vem pintar,
Nem vermes sábios e famintos
Os querem devorar.
Tanta pena...
Me dói na alma
Ver esses lábios decaídos,
Inutilmente, não entendem o porquê
Nem dos próprios risos.
Piedade...
Esses nascem sem sorte,
Piedade...
São tolos,
Que só derretem com a morte.

By - Juliana Bizarria

domingo, 4 de outubro de 2009

Arte insana

Palavras mortas
Rimas tortas,
O que penso
Pra quem importa?
Mergulho em um mundo
Onde me afundo,
Posso pensar
Num sono profundo.
Em minha mente
Abita um ventre,
Gerando poesias
Gélidas, quentes,
Cheias e vazias.
Viajo Dentre
Meu cérebro alado,
Deslizando a caneta
Num papel rabiscado.
A minha loucura
Até a morte irei honrar,
Porque de escrever
Não posso parar,
Respirando alucinação
Á me intoxicar,
Onde a inspiração
Vem me inalar.
Porem de minha alma
Tudo isso faz parte
As vezes o meu sentimento
É a minha insana arte!

By- Juliana Bizarria