Sou marcada sem postura
Com um tênue traço
Ascende em mim fulguras
Ilustrando as figuras
Então me abraço
Amoleço
Estremeço
Suspiro
Adormeço
Sobrevôo entre passos
Transpiro em abraços
Vejo tudo e nada vejo
Desmancho-me, desfaço
Com um beijo
Corto o laço
Vaga nua
Pela rua
A sombra de minha sombra
Destilando o doce veneno
E mais nada assombra
És irreal, és sutil
Acariciando velas
Pintadas com as cores mais belas
Um quadro ordinário, obra vil.
Arranca minha pele
Adentra em mim
Faz ecoar meus gritos bravios
Fecham as cortinas de cetim
Apago as luzes
Aplausos
É o fim!
Neste imundo mundo
De sonhos vagabundos
Nada é impróprio
Nada é impuro
Quando o novo é concebido
Pelo destemido
Tudo, tudo é permitido
By – Juliana Bizarria